sábado, 13 de setembro de 2014 | By: Isis Cardoso

Café.

Não parecia que havia se passado apenas uma semana; do topo do mundo ao fundo do poço em uma trajetória de sete dias. Assentou-se à mesa da cafeteria e se pôs a pensar, pela milésima vez no ano, em uma explicação possível para todas as investidas emocionais de sua vida darem errado.

A princípio, tudo parecia quente e reconfortante, mas descia deixando o gosto amargo da rejeição nos lábios. Não era o café, era a vida. Só queria olhar aqueles olhos castanhos para dividir a vista do por-do-Sol ou das luzes artificiais tocando a face das águas do lago em um princípio de noite como o da semana anterior.

Os fios alaranjados haviam incinerado sua alma, e o fósforo fora aquele sorriso encantador. No entanto, a pergunta havia sido apenas para constar... Não havia interesse em seus gostos posteriores como filmes, bandas, aspirações profissionais ou qualquer uma das coisas que são arguidas quando se há o interesse nos hábitos de outrem.

Não foi uma chance, e o mesmo fogo que trouxe calor a seus pensamentos fora o que transformou suas expectativas em cinzas. O corpo era pequeno, mas as chances eram ainda menores. Desistir era a única opção, mesmo que isso descesse com amargor...

Como o café.