quarta-feira, 28 de dezembro de 2011 | By: Isis Cardoso

Kriptonita

Minha dopamina,
Meu óx, meu crack, minha cocaína,
Meu jogo, meu fumo, minha cerveja,
Meu gim, meu whisky, meu licor de cereja,

Minha erva, meu ópio, minha morfina,
Meu lança perfume, minha anfetamina,
Minha vodka, meu absinto,
Meu torpor que me faz esquecer tudo o que sinto.

Meu ponto fraco, meu calcanhar,
Meu mundo perdido que abate e excita,
Minha good trip, meu lsd,

Meu prazer proibido que pode matar,
Meu narcótico, minha kriptonita,
Minha fraqueza, meu vício: você.

Magnetismo.


Eu penso em me afastar, em fazer a minha vida tomar seu rumo cinzento.
Eu penso que é um lapso, que é algo de momento...
Mas ouço a sua voz e tudo isso sai.
O problema, meu bem, é que você me atrai.

Eu penso que isso tem, sim, uma cura,
Que é só um instante de prazer e loucura...
Mas vejo teu sorriso e tudo isso se vai.
O problema, meu bem, é que você me atrai.

E se isso for um momento, que seja.
Se for precipitado, eu saberei lidar,
Tanto faz, pra mim, se for só uma fase.

Nessa fase, não quero te perder;
Por isso, nesse instante, decidi fazer
Mais um soneto meu contendo a nossa frase.


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011 | By: Isis Cardoso

Dopamina.

Eu te amo
Eu te odeio
Eu não me importo contigo
Eu sinto saudades de você
Eu não vou te ligar
Eu quero ouvir sua voz
Eu quero te libertar
Eu te quero comigo
Eu acordo bem
Eu acordo mal
Eu vou fingir
Eu falo a verdade
Eu quero o mundo todo
Eu não quero mais ninguém
Eu sou forte
Eu sou incompetente
Eu tenho o controle
Eu estou entregue
Eu me contento com o fim
Eu estou em ruínas querendo recomeçar
Eu não quero mais nada
Eu só quero mais uma dose.

Eu tenho um vício que atende por seu nome... meu bem.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011 | By: Isis Cardoso

Desconstruindo (II)

"Tonight I'm tangled in my blanket of clouds, dreaming aloud."

Sonhos confusos, que outrora confundiam a mente, foram substituídos com doces sonhos que nada pode impedir, mesmo que esses sonhos sejam palavras avulsas soltas pelo dia cuja compreensão é apenas de quem fala. Nada impede um sonho.

"Things just won't do without you, matter of fact... I'm on your back."

E logo, quem não queria depender de ninguém estava no cárcere de sua paixão onírica... E não conseguia pensar mais em existir se toda aquela alegria de ouvir, pensar, falar, calar, suspirar ou simplesmente sonhar e poder sentir isso em seus sonhos.

"If you'd accept surrender, I'll give up some more..weren't you adored?"

Mas, para dar um pouco mais de seus sentimentos, deveria sentir que havia a rendição de finalmente a paixão tomar o ser que tanto era de seu desejo e se reprimia em sentimentos tristes e desvalorizados.

"I cannot be without you, matter of fact... I'm on your back. If you walk out of me, I'm walking after you."

E, mesmo que tivesse que esperar e deixar ir por um tempo até ter seu sentimento correspondido, não desistiria de caminhar e cuidar de seu ser querido. Estaria por perto, mesmo que só pensando, mesmo que só sonhando, mesmo não parecendo estar.

"Another heart is cracked in two, I'm on your back."

A metade de seu coração não mais pertencia-lhe... Pertencia a sua paixão onírica e utópica; que sabia, mesmo inconscientemente, quem estaria ali, caminhando atrás para segurar-lhe em sua queda... Porque sabia que não conseguiria viver mais sem ouvir, falar, calar, suspirar, pensar ou mesmo sonhar sem ter sua utopia sentimental em sua memória.



"I cannot be without you, matter of fact. I'm on your back."

terça-feira, 29 de novembro de 2011 | By: Isis Cardoso

Problema.

A garota olhava para a janela, deitada em sua cama, de um modo sem vida e automático. Pensava em todas as coisas que haviam sido ditas à ela, sem uma lágrima. Sem chorar, sem se remoer, sem perguntas.

Ela sabia que não podia se envolver, sabia que o coração que ela queria conquistar ainda pertencia a outro alguém... Mesmo que esse alguém não tenha prestado, mesmo que não fosse a metade da pessoa que ela era, mesmo que não merecesse aquele amor como ela merecia.

Não deveria chorar, ela sabia no que havia se envolvido. Não havia mais perguntas, ela sabia que também não era das melhores pessoas do mundo, sabia que não queria aquele coração para verdadeiramente chamar de seu. A garota só queria se divertir, mas o problema foi se entregar demais, se envolver demais e acabar se apaixonando por alguém que sempre soube que nunca poderia ter.

Sofria calada, por saber todas as consequências de suas palavras antes mesmo de pronunciá-las. Sabia que aquele tipo de pensamento poderia ser ignorado, iria embora, ela poderia ser feliz normalmente e matar isso dentro dela, como já havia matado por outras pessoas tantas outras paixões silenciosas no decorrer de sua vida. Era de sua ciência que aquele coração nunca seria seu. O corpo, talvez; o coração, jamais.



Ela cometeu o erro, e estava pagando as consequências com seu coração amassado como um purê. O que restava-lhe era apenas olhar para a janela, vazia de esperança.
domingo, 27 de novembro de 2011 | By: Isis Cardoso

Sonho.

Em minha mente, há diversas coisas: lugares, pessoas, imagens, aromas, sabores, texturas, memórias e, principalmente, sonhos. Sonhos comuns, sonhos loucos, sonhos felizes, sonhos tristes, sonhos para esquecer ou sonhos para lembrar... Mas desses sonhos, um se destaca.Um sonho bom, sereno, suave, delicado, bonito e complexo. Um sonho que me faz suspirar, me deixa a sorrir, me faz querer cantar, gritar, saltitar, sapatear na chuva e querer ser uma pessoa melhor.
Esse sonho tem conteúdo, não é um dos muitos sonhos obsoletos e distorcidos. Tem também a voz da brisa da tarde, a beleza do pôr do Sol e a alegria do voo das borboletas em um jardim florido... Minha respiração se aprofunda, minha pulsação acelera e sinto o desejo de parar o tempo quando lembro de meu sonho soando em meus ouvidos.
Contudo, meu sonho me confunde. Me anima e entristece, não quer pertencer apenas à minha mente, quer ter mentes inatingíveis. Faz parecer que me quer, mas em seguida não dá a segurança de que posso lidar com sua complexidade e delicadeza.
Além da essência de todo sonho: está distante demais da minha realidade. Mas, não me importo, continuo a sonhar e viver, pois sei que um dia, viverei meu sonho; e quando esse dia chegar, aproveitarei cada instante, desfrutarei meu sonho após sonhar de olhos abertos em situações vãs, olhando olhos vazios, causando sorrisos temporários e provando lábios insípidos.


Meu sonho, então, estará diante de minha realidade, e não apenas em minha mente. Essa é minha motivação.
terça-feira, 15 de novembro de 2011 | By: Isis Cardoso

Nossa música

Ouço nossa música no rádio... No entanto, sequer faço ideia se você ainda pensa em mim ao ouvir as primeiras frases cantadas... Na verdade, não sei nem se você pensa em mim em alguma ocasião.
Fazia tempo que eu não ouvia essa música, fazia tempo que sua presença não me incomodava desse modo. Eu pensei que você tivesse sido apenas um figurante em minha vida, que você já tivesse passado e que seria fácil te tirar de cena...
Mas não me atentei ao fato de que paixões se vão, mas a música permanece. Não sei por quanto tempo mais vincularei cada estrofe e cada acorde dessa canção às nossas memórias, só sei que a paixão acaba, mas a música perpetua.
Talvez você nem pense mais em mim... Mas se você estiver escutando nossa música essa noite, eu já estarei feliz.


terça-feira, 18 de outubro de 2011 | By: Sentimental Gothic.

Tudo que eu quero.

Eu quero te ter. Eu quero estar com você, continuar com você. Mas se isso acabar... Quero apenas ter saudades.
Quero apenas lembrar-me do seu sorriso como a coisa mais doce e sincera que já vi na vida, e ver os teus olhos como a imensidão em que, um dia, eu já me perdi. E quero lembrar de toda essa vontade de estar perdida e nunca mais me encontrar.
Quero que me tenha em sua mente como uma doce lembrança, e não como um passado triste que te faz chorar ou até mesmo uma coisa insuportável que aconteceu em sua vida. E não quero que me esqueça... Quero apenas que lembre do que fui para você e, por favor, lembre-se também do quanto você foi importante na minha vida.
Não se esqueça do quanto lutamos para isso dar certo. Mesmo que não tenha sido muita coisa, tudo valeu a pena. E eu faria tudo novamente apenas para viver o que vivemos.
Quantas vezes fosse preciso.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011 | By: Isis Cardoso

Delírio

Fecho os olhos e você está aqui comigo, sussurrando em meu ouvido que veio cuidar de mim, que eu preciso de você para estar bem, para eu não ter medo. Eu quero dizer tudo o que me incomoda há meses, tudo o que eu quero dizer e não tenho coragem, toda a minha raiva e todo o meu carinho... Mas eu não consigo, doi demais, você me cortou muito profundamente, me tirou todas as palavras, tirou toda a minha saúde e parte da minha alegre vitalidade.

Não digo que não vivo sem você, eu tenho vivido bem nesse ano, eu tenho minhas bases, eu não perdi meu chão, mas quando a dor vem e a febre aumenta, tudo o que eu ouço nessa sala vazia é o som da sua voz, tudo o que eu vejo nesse sofá é o seu corpo junto ao meu. NÃO PODE SER, EU ESTOU SÓ.

Eu quero te pedir para sair daqui, para deixar minhas lembranças, para me deixar ser feliz, para me libertar e deixar a minha vida seguir seu rumo melancolicamente rotineiro, mas meu corpo não deixa, tudo doi. Doem os braços, as pernas, o tronco, a cabeça, até o coração... Mas o que mais me doi é a minha alma assombrada pelas memórias de você, memórias que eu não quero mais manter em mim.



Mas a febre só me permite chorar e dizer não. Você é pior pra mim que essa febre, que eu sei que vai passar.  O que resta de bom é saber que você não está aqui, é apenas uma alegoria psicológica, um delírio febril. (ou não).


sábado, 3 de setembro de 2011 | By: Isis Cardoso

Vozes Obscuras

Vozes obscuras me chamam, me querem,
Tentam atrair-me para junto do caos,
Querem repelir-me do foco luminoso
Buscam envolver-me em compreensão,
Estendem mãos geladas pra me alcançar,
Sopram sobre o nada em toda a parte,
Chamam meu nome como se fosse doce.

Preciso resistir, preciso me afastar,
Preciso de mais fôlego para correr,
Preciso que alguém me socorra
Dessas vozes obscuras que tentam me seduzir.

Rostos inocentes que quase enganam,
Gestos tão modestos que parecem não ser nada,
Sorrisos que escondem intenções nefastas,
Corpos retorcidos que tentam disfarçar,
Mas suas mãos geladas tentam tatear-me,
Tocam o nada que há em toda a parte,
Chamando meu nome como se fosse doce.


sábado, 20 de agosto de 2011 | By: Isis Cardoso

Brincos Negros

Ela olhava para o par de pequenos brincos negros no centro de sua mão esquerda e lembrava-se do dia em que ganhou o singelo mimo de um adorável rapaz. Lembrava-se do sorriso dele ao dar-lhe o presente de um mês de namoro, lembrava da alegria em seu olhar, seguida da insensibilidade do pensamento dela, que remoía-se em "Quando eu vou criar coragem, parar de fingir e terminar tudo?"

Olhava para os brincos e lembrava-se do olhar triste dele, meio mês depois de dar-lhe o regalo escolhido com tanto esmero. Ela fez aquilo, ela não deu nem uma chance para libertar os sentimentos, não quis se prender, nem ser fiel e devotada a tanta paixão que ele oferecia em cada pequeno gesto.

Um ano e meio parecia tarde demais para se arrepender de sua mesquinhez emocional e tentar recomeçar. Em seu cérebro restavam os sentimentos; em sua mão direita, os filetes de lágrimas colhidos...

E na mão esquerda, o pequeno par de brincos negros.
sábado, 13 de agosto de 2011 | By: Isis Cardoso

Impulso.

Quando ela disse que era melhor eles serem apenas amigos de novo, mal poderia imaginar a falta que ele faria.
Não poderia imaginar que seu sorriso singelo jamais se repetiria nos lábios perversos que beijariam-lhe, lábios envolventes, insanos, complexos e mentirosos.
Não imaginava também que seu quente e grande abraço faria tanta falta, e que os braços que envolveriam-na seriam secos e frios.
Ela não se sentiria tão à vontade para falar sobre qualquer coisa que quisesse com os outros, eles não entendiam-na com a plenitude que ele entendia.
Não teria conversas longas até o fim da noite sobre medos, inseguranças e até algumas invenções das quais se arrependia a cada manhã quando acordava.
Ela queria a amizade dele novamente, queria sua atenção, seu carinho, sua paixão... Mas não sabia sequer se merecia alguém que foi tão bom e que só sofreu por dar seus melhores sentimentos a uma garota insegura e complicada que agiu por impulso e sofreu com a dor da queda.


segunda-feira, 1 de agosto de 2011 | By: Isis Cardoso

Desapontamento.

Desapontamento acontece...
Principalmente quando há
Muita expectativa, pouco resultado
Muita autoritarismo, pouca autoridade.
Muita censura, pouca abrangência.
Muita exigência, pouca compreensão.
Muita lei, pouco amor.
Muito ensino, pouco aproveitamento.
Muita carência, pouca preocupação.
Muita vontade, pouca mudança.
Muita reclamação, pouco diálogo...
Muitas palavras, mas e a atitude que começa de quem fala?


E é assim que se quer melhorar?
Acho que não.
terça-feira, 5 de julho de 2011 | By: Isis Cardoso

Ecos

Ecos da noite que chamam meu nome,
Versos dos dias que não voltarão.
Egos que se tomam do amor que os consome,
Verbos tolos conjugados em vão.

Os ecos se produzem na mente,
Os versos nunca param de se entrelaçar,
Os egos se guiam pela febre que se sente,
Os verbos jamais vão voltar.

Os ecos repetem teu nome,
Os versos te querem para mim,
Os egos nossos não saciam sua fome,

Os verbos estão em silêncio sem fim.
Tudo é findo, tudo é surdo, mudo e cego,
Exceto cada verbo, eco, verso e ego.
sexta-feira, 1 de julho de 2011 | By: Isis Cardoso

Procura.

Amor,
Como encontrá-lo?
Como vivê-lo?

Procuramos por toda parte,
Nos perdemos,
Nos ferimos...

Alguns passam meses,
Anos ou a vida inteira
Se iludindo e procurando-o.

Mas quem o encontra,
Sabe entendê-lo,
Sabe vivê-lo.

Apesar disso, todos os restantes,
Todos caçadores,
Todos iludidos seres

Procuram o amor entre olhares,
Entre os becos,
Entre as árvores;

Mas o amor está
Onde é mais árduo o alcance:
Dentro de nós.
terça-feira, 21 de junho de 2011 | By: Isis Cardoso

Qual é a cor do amor?





Primeiro é o beijo

Quente, procurado

A língua procurando a outra
E vendo se a boca combina
Se combina o beijo
Meio caminho andado

Depois é a pele
Se a textura vale
O pêlo com pêlo
Ou o pêlo com o seu pêlo
Ou os pêlos com meu pêlo
Ou o medo

Depois o cheiro
Um procura no outro
O cheiro de colônia ou
O Cheiro de prazer
E os dois se embriagam
Ou vão até o banheiro

Depois a cor
O amor tem cor?
Cada amor tem uma cor
Cada beijo tem uma cor
Cor de caramelo doce
Cor de madrugada fria

(Cazuza)
segunda-feira, 13 de junho de 2011 | By: Isis Cardoso

Olhos

Abro olhos castanhos pra ver o mundo,
Tão gigante e brilhante mundo,
Tão intenso, imenso, imundo
Em um frio dia de Sol.

Abro olhos tristonhos e vejo tudo
Tão berrante e maçante, tudo
Como um completo absurdo.
Sem lanterna no meu farol.

Mas se ao menos tivesse teus olhos castanhos,
Olhos lindos, grandes e castanhos
Pra olhar meus olhos estranhos
E brilhar nesse mundo vil,

O meu mundo seria mais limpo e belo,
De um jeito mais quente, belo
Para olhar esses olhos belos
E encarar esse mundo hostil.
segunda-feira, 6 de junho de 2011 | By: Isis Cardoso

Sair.

Hoje eu quero sair,
Sorrir amplamente à luz da Lua,
Sentir a brisa fria no rosto
E o asfalto nos pés.
Sem hora pra voltar
Nem ninguém para dar satisfação.

Hoje eu quero sair,
Jogar conversa fora e também um carteado,
Ouvir música e rolar uns dados,
Falar sobre o tempo, o futebol,
Ou das flores, pra não dizer que não falei delas.

Hoje eu quero sair,
Vagar em busca de um canto
Que não me lembre você.
Encontrar em qualquer parte
Uma ingênua distração
Para esquecer minha melancolia.

Hoje eu quero sair
De mim...

E demorar o quanto quiser para voltar.
quinta-feira, 2 de junho de 2011 | By: Isis Cardoso

Bandidas

Cuidado com essas paixões bandidas,
Dessas que roubam seu coração,
Te sequestram e te deixam de mãos atadas.

Paixões bandidas que tomam
Tudo o que é seu
E até o que não te pertence.

Paixões bandidas que
Te deixam em temor constante
E desespero que desce pelo suor.

Paixões bandidas que acertam
Certeiramente seu coração
E acabam com a sua vida.

Cuidado com essas paixões bandidas.
segunda-feira, 30 de maio de 2011 | By: Isis Cardoso

Intrínseco.

Qual é o segredo desses teus olhos castanhos?
Que tempestades eles anunciam?
Que sementes são plantadas no solo de tua íris?
O que há debaixo da casca

Desses olhos da cor da castanha?
Que anseios fazem-no brilhar?
Que temores dilatam sua pupila?
Qual é o intrínseco enigma

Desses olhos de pedra,
Duros de cimento e terra
Que tanto quero decifrar?

Olhos rígidos de castanha,
Me desvendem vossos mistérios
Que tanto me fascinam...
segunda-feira, 23 de maio de 2011 | By: Isis Cardoso

Tocar

O sol toca a pele,
O chão toca os pés,
As roupas tocam o corpo,
O vento toca os cabelos,
Os sons tocam os ouvidos,
As nuvens tocam o céu,
A luz toca os olhos.

Mas só o que eu queria agora era tocar teus lábios com os meus.
terça-feira, 10 de maio de 2011 | By: Sentimental Gothic.

Amizade.

A amizade, hoje em dia, está muito banalizada. E isso é péssimo porque a amizade é algo completamente bom. Bem... é mais ou menos assim:

1º) Você encontra alguém. Alguém que se parece muito com você. Vocês gostam das mesmas coisas, gostam de conversar um com o outro. Vocês se ajudam, brigam e logo estão novamente "se falando".

2º) Então, essa outra pessoa começa a se afastar. Ela não é mais como antes, e você vai perguntar o que aconteceu. E qual a resposta que ela dá? "Eu mudei".

"Ahm? Como assim 'mudou'? E a nossa amizade? Vai trocar tudo o que já construímos juntos por outras pessoas? Eu sei, tem o direito - e o dever - de ter outros amigos. Mas como assim simplesmente 'mudou'? Eu não deveria ganhar mais explicações?"

Sim, você deveria ganhar mas explicações, mas não. Não ganha mais explicações porque ela simplesmente mudou, está acompanhando qualquer "tribo modinha" e você ficou pra trás.

3º) Ela disse "foda-se" e você diz também. Mas nada mudou, pra você. Você continua querendo o bem dela, continua querendo ajudá-la. Você continua - amigavelmente falando - amando-a.

4º) Depois ela volta a conversar com você como se nada tivesse acontecido. E você começa a agir como se nada tivesse acontecido.


Mas o que você sofreu ainda continua com você, e você começa a pensar que nada valeu a pena. Seria melhor ter continuado sozinho desde o começo.

segunda-feira, 25 de abril de 2011 | By: Isis Cardoso

Amnésia.

Eu quero esquecer meu nome,
E tudo o que eu fiz.
Todo fracasso, toda culpa, todo castigo,
Todo choro, toda decepção, todo engano.

"Por gentileza, eu gostaria de uma dose única de amnésia."


terça-feira, 19 de abril de 2011 | By: Isis Cardoso

Tentação

"Sentimento que alguém tem quando deseja tomar uma atitude que contraria seus valores e crenças." - Wikipedia
"Desejo entusiástico, provocação" - Dicionário da Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira

Tentação é algo que não deve ser concluído, pois apesar do prazer instantâneo, as consequências são a longo prazo - e sempre as piores.
Todos temos diferentes tipos de tentação, um ou mais pecados que nos instigam, seduzem e enfraquecem.

"Fujam da aparência do Mal", diz o Livro Sagrado ... Afinal, a aparência do Mal é sempre a melhor.

A tentação dá três opções: fugir, resistir ou sucumbir.

Difícil é fugir de algo que nos compraz, e resistir também - embora não impossível.

O grande problema é que não fugir nem resistir já é se render; e se render à tentação nunca é suficiente. Ela te faz querer mais, como um garimpeiro que cava cada vez mais fundo em busca de ouro. Lembrando que quanto mais fundo o buraco, menos oxigênio e que não há ouro na caverna que é a tentação... Ela mata no súbito anseio  de querer sempre mais do que se tem.



sábado, 16 de abril de 2011 | By: Isis Cardoso

Partida

Eu sei, cedo ou tarde você vai embora, e não há nada que eu possa fazer pra evitar.

Pode parecer insensibilidade minha, mas eu não consigo ver a vida sair de ti assim e fingir que estou bem quando tudo que eu quero é que você esteja aqui comigo. Mas você não é eterno, eu sei... Ninguém fica para semente.

É difícil me acostumar com essa ideia da sua partida, com tudo o que eu aprendi contigo. Mesmo que você não seja um ser humano perfeito, ninguém é... Eu muito menos... Mas você é o homem que eu mais amei em toda a minha vida, e eu não aguento a ideia de te ver sofrer sem poder fazer nada. Eu não sei dizer adeus, muito menos para você, que eu queria tanto ter para a vida inteira.

Todos têm seu tempo, e a hora da partida é chegada... Então, em vez de dizer 'adeus', eu só quero dizer que te amo antes de você ir e me deixar com saudade e solidão.

Eu te amo.

Para Aroldo Cardoso

Saudades

Sim, eu sinto saudade.
Saudade de quando tudo era simples e resolvia-se com tardes quentes e sorvete gelado.
Saudade de ser feliz e dizer bobeiras sem ouvir recriminações por ser quase adulta e agir como uma criança.
Saudade dos planos que eram feitos, dos sorrisos, das músicas, de andar, sorrir e ter alguém que pudesse ver seu sorriso refletido em meu olhar.

Saudade de braços finos que me abraçavam sempre quando eu achava que meu mundo ia cair, de ter proteção fraternal e uma frase confortante quando tudo estava de cabeça pra baixo.

Mas as coisas se complicaram, e você cresceu antes de mim... Antes de eu tentar te acompanhar.
Não te dou a culpa de tudo, mas se ao menos eu pudesse ter tempo de entender antes que viessem as enxurradas de palavras duras que doeram tanto quanto uma chuva em diagonal com pedras que sobem ao vento em uma tarde de verão... Sim, isso dói demais, mas a dor que você me causou foi maior.

Eu posso até ter outros amigos, e até outros irmãos... Mas teu espaço você sabe muito bem que tem e ninguém tira, nem você mesma, por mais que doa ver alguém que passou tanto comigo me tratar assim, alguém que me fazia tão feliz agora me amargurar tanto e sequer me pedir perdão.


"Eu te amo mais que tu mesma".


Eu só queria que você soubesse disso, que eu sinto saudade de ser feliz.
E sinto saudades de ti.
quarta-feira, 6 de abril de 2011 | By: Isis Cardoso

Um fim em tudo.

Eu vou acabar com tudo.

Me livrar do sofrimento que essa vida traz, sempre as mesmas coisas, os mesmos pensamentos, as mesmas razões para sorrir, chorar, gritar, sentir medo, pavor ou prazer.
Cansei desse vazio, de toda essa ilusão que me prende ao que chamo "mundo real" e suas convicções banais. O tal "mundo real" não passa de fingimento pra mim; tudo é superficial, tudo é vazio, tudo é momentâneo.
Chega de tanta dor por misérias de alegria. Chega de mendigar satisfação, de trocar sentimentos por instintos, de fazer mal só para me sentir bem.

E agora, dou um fim em tudo isso.















E começo a viver o mundo conforme as minhas regras; mantendo o que é bom e desprezando o resto.
Que o mundo real se consuma em suas próprias mentiras, agora do meu mundo cuido eu.
segunda-feira, 28 de março de 2011 | By: Isis Cardoso

Sempre

Amar é libertar,
Amar é deixar ir,
Amor é ver partir,
Mas sempre guardar.

Sempre, pra sempre,
Não importa o que ou onde.

Tumblr_liruiqaddr1qbx4dro1_500_large
sexta-feira, 11 de março de 2011 | By: Isis Cardoso

Detonação

Todo amor de mentira,
Toda hipocrisia,
Todo embuste de cada dia,

Toda indignidade,
Todo caos, toda maldade,
Toda injúria da sociedade,

Toda dissimulação,
Toda incompreensão,
Toda devastação,

Toda prepotência,
Toda violência,
Toda indecência,

Toda fúria
Toda lamúria,
Toda indevida luxúria...

Se eu pudesse, juntava tudo isso,
Fechava um quarto,
Jogava uma bomba pelo ar,

E observaria tudo se detonar...
Apenas uma detonação
Para um mundo melhor.


sábado, 5 de março de 2011 | By: Isis Oliveira
As mãos estão tremulas uma por cima da outra
Os olhares são desviados com frequência,
Os pensamentos estão em sintonia.
O beijo é encaixe perfeito.
O coração pulsa forte por dentre a camisa.

O fim é uma linha tal qual o horizonte, que parece não chegar
mas chega. o horizonte, não é infinito
o horizonte, tem fim.
O começo, tem fim.

Mas aquele momento, 
de um rosto no outro
a barba à fazer no rosto macio
Não é infinito, mas é imortal.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011 | By: Isis Cardoso

Paradoxos.

  Amor.
Caos.
Caos Amoroso.
Amor Caótico.

Pureza.
Lascívia.
Lascivamente Puro.
Puramente Lascivo.

Prazer.
Culpa.
Culpa Prazerosa.
Prazer Culpado.

Dor.
Cura.
Cura Dolorosa.
Dor Curativa.

Choro.
Riso.
Rir de tanto chorar.
Chorar de rir.

Ser.
Não ser.
Se o ser não é algo,
O não ser é.
 
A vida,
A morte e 
O resto, apenas

Paradoxos,
Nada mais.
Inspiradores Paradoxos.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011 | By: Isis Cardoso

Pesadelo



Seus olhos se fecham e seu pesadelo se inicia. A mente se infesta de assombrações, o medo assola e a dor está em toda parte. Há sangue, gritos de socorro, escuridão, frio e temor.

Você busca por socorro, mas ninguém te prestará assistência. Estão todos sedentos por acabar com sua vida e te fazer sofrer bem devagar. Querem decapitar suas esperanças, esquartejar seus sonhos, fatiar lentamente seus anseios e dar o tiro de misericórdia bem no centro de toda a sua bondade.

Não há como escapar, você abre os olhos e o pesadelo não acaba; tenta correr, pedir ajuda e até mesmo se causar dor para despertar, mas não há como... eles te pegaram. Não há saída, agora você se tornou um monstro.

O temor não te afeta, o frio não te sensibiliza, a escuridão é seu lar, os gritos de socorro não te comovem e sangue é apenas sangue. Seus olhos se tornaram vazados de maldade, seu olfato é insensível à podridão suas mãos não medem esforços para alcançar seus objetivos, seus pés caminham sem rumo para toda parte e parte alguma ao mesmo tempo e sua boca está sedenta em contaminar os poucos de sangue puro que ainda existem com os vírus da arrogância, avareza, mesquinhez, indiferença e torpeza existentes em cada gota tóxica de sua saliva.


O mundo te fez um monstro e há muito a se preocupar, por isso escrúpulos, moral, bons costumes e sentimentos são meras banalidades. Os fins sempre justificam os meios, e se o fim é lucrativo, pouco se importa o meio de alcançá-lo.

Seu pesadelo está diante de seus olhos, bem abertos.


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011 | By: Isis Cardoso

Encontro.



No fim da noite, passos solitários encobertos pelo breu celeste e o brilho das estrelas e de alguns carros que insistiam em riscar o asfalto. As ruas estavam quase desertas, e as poucas pessoas que caminhavam rumo a seus lares traziam olhares vazios e cansados.

Um rapaz observava a multidão enquanto traçava seu trajeto. Era branco, magro, com cabelos lisos que atingiam a altura do ombro e se moviam com o vento da noite. Olhava para as pessoas atentamente, mas ninguém correspondia à seus olhos brilhantes e negros. Ele caminhava, observava, seguia as pessoas com seu olhar... Mas nenhum par de olhos vinha de encontro aos seus.

Na passarela que cortava a cidade, ele prosseguiu a caminhar, olhando as pessoas que iam e vinham, sem resposta. Até surgir, do outro lado da passarela, uma jovem moça com olhos castanhos e faiscantes, com cabelos ondulados e castanhos-médios presos em um rabo de cavalo. Ele olhava-a olhando as pessoas, procurando alguém cujos olhos atravessassem seu olhar, em vão.

Ele passou por ela, e seus olhares se encontraram. Seus corpos caminhavam em direções opostas,mas seus olhares continuavam fixos, como dois corpos celestes colidindo. Ele continuava com os olhos nos dela, esperando que ela parasse seu corpo delineado de estatura mediana e desse-lhe uma chance de se aproximar. Ela sorriu de canto pretensiosamente, com seus lábios médios e polpudos, e abaixou a cabeça ao se intimidar depois. Esperava que ele voltasse e ao menos perguntasse seu nome, pois era o mínimo que ele poderia argumentar depois de um contato visual como aquele.

Mas ele seguiu seu caminho e ela também. Talvez um dia seus olhos se reencontrassem em outra passarela, em outro fim de noite...Afinal, o mundo gira e as pedras sempre voltam a um encontro no mesmo lugar de onde vieram.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011 | By: Isis Cardoso

Distantes.

Ele estava longe.

Longe de seus olhos, de suas mãos, de sua pele. Invadia pensamentos repentinos e tomava forma em suspiros profundos, fazendo crescer cada vez mais a vontade de apenas trocar meia dúzia de palavras com ele -embora o contato físico fosse inexistente e a distância aumentasse a timidez.

Um olhar, um sorriso, um toque, um abraço, um beijo... ou apenas uma chance de tê-lo por um pequeno instante, sentindo o calor de sua respiração em seu rosto e o aconchego das mãos dele nas suas. Queria olhar em seus olhos, admirar seu sorriso, fazê-lo sorrir, falar sobre tudo e também sobre o nada, ouvir sobre nada e também sobre o tudo, ouvir bem suave em seus ouvidos sua voz como realmente era, se divertir, e fazê-lo ter um momento bom ao seu lado.

Mas ela também estava longe.

Talvez, um dia, o contínuo tempo-espaço encarregaria-se de aproximá-los, todavia era a distância que aumentava a curiosidade e despertava o interesse.

Ao menos por enquanto, estavam distantes.


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011 | By: Isis Oliveira

Ela cansou de falar de amor, foi dar uma volta, conhecer o mundo...
Ela cansou de chorar e viu que sorrir era melhor
Ela cansou de pensar em algo vazio, sem conteúdo ...
Ela cansou de esperar por algo que não quer voltar ...
Ela cansou de amar e não ser correspondida...
Ela cansou de reviver o passado a todo segundo
Ela cansou de deixar o presente passar...
Ela cansou de pensar naquele beijo

Ela esqueceu de como foi aquela tarde
Ela esqueceu de como foi aquele ano
Ela esqueceu de você.

domingo, 30 de janeiro de 2011 | By: Isis Cardoso

Limpar.

Às vezes a ausência é o melhor remédio,
E a distância o remédio para a loucura.

Achar que não e pode viver sem alguém é tolice,
Principalmente quando para esse alguém se é apenas 'parte do passado'.

Limpar uma ferida doi,
Mas impede-a de infectar.

Por isso a dor momentânea é melhor que o sofrimento eterno.

Um brinde à dor momentânea.


sábado, 8 de janeiro de 2011 | By: Isis Cardoso

Melhor

Um disse que ela era linda,
Outro disse que estava arrependido,
Outro disse que queria algo sério,
Outro, que estava apaixonado.

Um disse que precisava dela,
Outro disse que sentia sua falta,
Outro disse que seria diferente,
Outro, que nunca a esqueceu.

Um disse que o beijo foi ótimo,
Outro disse que foi seu primeiro,
Outro disse que foi melhor que um sonho,
Outro, que ficou sem ar.

Um disse que não sabia o que sentia,
Outro disse que confundiu as coisas,
Outro, que o problema era com ele,
E outro, que se era assim, tudo bem.

Mas ela fez o que era melhor pra si, pois ninguém a amava mais que ela mesma.