terça-feira, 31 de julho de 2012 | By: Isis Cardoso

Ilimitado

Crie asas, salte alto, corra sem cansar;
Não existe limites entre a terra e o ar
Quando se está entregue ao inconsciente
Tudo é permitido, nada é permanente.

Há também o lado sombrio da alma,
Onde se esquece de onde vem a calma
E todos os temores se tornam concretos
Em meio a momentos perigosos e incertos.

A vida e a morte,
O cômico e o trágico,
O lacrimoso e o medonho

Ao fechar os olhos e entregar-se à sorte.
Qualquer segundo pode ser mágico
No mundo ilimitado de um sonho.

domingo, 29 de julho de 2012 | By: Isis Cardoso

Horizonte.

Com seus olhos no mar e seu corpo no píer, contemplava o vazio da imensidão de sua mente que se expandia na nuance das águas.

Procurava em algum porto um lugar seguro, em uma pedra, uma ponte ou ali mesmo, à beira do píer. Sentia o sal adentrar suas narinas e descongestionar seus pulmões, mas não sentia o fôlego de vida no ato de respirar.

Anseava encontrar um destino em uma daquelas embarcações. Talvez sua vida estivesse lá, nas terras além do horizonte; poderia encontrar um novo amor para viver, um novo remédio para trazer de volta as emoções de seu coração frio e ôco.

Tudo poderia estar lá, mas ele estava apenas a ver navios.

(baseado em "Infinito" - Fresno e "Praia Nua" - Jorge Vercillo)

sábado, 14 de julho de 2012 | By: Isis Cardoso

Psicodelia

Tudo se confunde, não há sentido nos cinco sentidos. Sentir o olfato na pele, o tato na boca, os cenários com os ouvidos, os sussurros com os olhos...

Parece confuso demais quando o toque, mesmo que distante, permanece na pele; quando os sussurros ecoam no silêncio do sono e o gosto dos lábios entranha até nos talheres.

As cores se fundem, os corpos se anseiam. "Sentidos" não parecem ser explicativos quando por pouco se percebe o início de um e o fim do outro, numa atração forte como a gravidade atraindo a massa dos objetos ao centro da Terra.

Tudo parece se explicar e confundir em uma louca psicodelia à dois.

terça-feira, 3 de julho de 2012 | By: Isis Cardoso

Espreguiçar

Deixa o tempo escorrer,
Deixa o mundo se acabar,
O tempo é feito pra correr,
A gente é feito pra parar.

Não precisa tanta pressa,
Não precisa estremecer.
A gente é feito pra parar,
O tempo é feito pra correr.

Então deixa o tempo se espreguiçar
E se aninhe nos meus braços devagar,
Nem reflita se isso é insensatez.

Deixa eu me perder no seu sorriso
Sem tempo, espaço ou nada disso,
Sem pressa, trilhando um passo por vez.