terça-feira, 30 de março de 2010 | By: Isis Cardoso

Self destructive.

Ele me faz sorrir.
E o sorriso dele me faz chorar.
Eu só queria que ele fosse feliz.
Mas não consigo ser feliz sem ele.
Isso me corrói,
Me abala, me destrói.
5,4,3,2,1.
Todo dia.
Uma contagem regressiva.
E eu morro cada vez mais.
E minha coragem morre.
E eu não consigo dizer:

"Eu queria aprender a gostar de outro alguém, mas é você quem eu amo. E agora?"
sexta-feira, 26 de março de 2010 | By: Isis Cardoso

Apolo.

Era simplesmente magnífica a imperfeição encantadora que cada partícula sua possuía.

Seus olhos eram grandes, brilhantes e escuros como castanhas. Não dava para simplesmente desviar o olhar de olhos como aqueles, ainda mais quando eram emoldurados com sobrancelhas perfeitamente delineadas apenas pelo desenho de Deus.
Também escuros, seus cabelos cacheados e curtos davam um pouco de maturidade para seu belo rosto de menino.
Tinha um sorriso apaixonante que paradoxalmente misturava sinceridade e ironia, timidez e confiança, malícia e inocência.
Como esquecer aqueles braços? Grandes, macios, acolhedores... Perfeitos pra uma manhã de inverno, uma tarde de primavera, uma noite de verão ou uma madrugada de outono. Sim, eram deliciosos e confortáveis durante todo o ano.
E suas pernas eram grossas, torneadas, másculas... maravilhosas.

E ele partia um coração como ninguém. (Mas ainda assim era tão envolvente...)
domingo, 21 de março de 2010 | By: Isis Cardoso

Lembranças

 O mundo tem girado tão depressa ultimamente... posso me lembrar de toda a minha infância como se tivesse acontecido ontem, quando nada me fazia feliz além de correr com os pés descalços no chão de terra batida em uma tarde ensolarada, sem maiores preocupações com o futuro . 
 Não pensava em constituir família, ou trabalhar, ou me mudar , ou qualquer coisa que me dissesse o que é "vida adulta" . As coisas simples da infância sempre me prenderam a atenção: a comida de minha mãe (cada dia mais deliciosa) , as brincadeiras singelas onde o mundo sempre parecia um lugar perfeito ...
Esse é um tempo maravilhoso de se lembrar... Porque é tudo que eu lembro. 

Quem é você?
quarta-feira, 17 de março de 2010 | By: Isis Cardoso

Insônia.

Chuva caindo, folhas amareladas pelo chão, roupas de mangas médias. Tudo isso evidenciava mais ainda um coração solitário.

Até as paredes pareciam querer esmagar tudo o que havia naquele pequeno cômodo. O som da chuva atrapalhava qualquer pensamento perambulante em qualquer cérebro.

Os olhos se fechavam, mas não conseguia dormir. Revolvia-se de um lado para o outro da cama achando que isso poderia ser um remédio para sua insônia. Somente achando.

Naquela noite de outono, permaneceu vigilante como uma coruja. Porque até quando se tem alguém se está em solidão.

Quando esta pessoa não é a que o seu coração anseia.
terça-feira, 16 de março de 2010 | By: Isis Cardoso

Segundos.

Durante aquela noite chuvosa não havia nada nem ninguém além deles dois. O vento soprava, frio, mas não importava, pois o calor da pele de um era o agasalho do outro naquele momento. Ela sentia poder voar a qualquer instante, mas ele a abraçou tão forte que parecia saber que ela estava prestes a burlar a lei da gravidade.

Nenhuma lei agora era válida, nem interessava se era ou não. A única coisa que interessava eram aqueles dois lábios colados como se houvessem sido feitos um para o outro, em uma sintonia perfeita.

Não havia língua, nem luxúria, nem nada; somente o puro sentimento que os unia naquele momento. Uma respiração era a harmonia da outra, e ambas se tornaram a coisa mais quente e envolvente naquela noite chuvosa.

Poderia ter durado cinco minutos ou meia hora, mas oito segundos foram suficientes para diferenciar um beijo ordinário de um beijo que se perpetuaria em ambas as mentes, não obstante o destino que eles tomariam.