segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011 | By: Isis Cardoso

Paradoxos.

  Amor.
Caos.
Caos Amoroso.
Amor Caótico.

Pureza.
Lascívia.
Lascivamente Puro.
Puramente Lascivo.

Prazer.
Culpa.
Culpa Prazerosa.
Prazer Culpado.

Dor.
Cura.
Cura Dolorosa.
Dor Curativa.

Choro.
Riso.
Rir de tanto chorar.
Chorar de rir.

Ser.
Não ser.
Se o ser não é algo,
O não ser é.
 
A vida,
A morte e 
O resto, apenas

Paradoxos,
Nada mais.
Inspiradores Paradoxos.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011 | By: Isis Cardoso

Pesadelo



Seus olhos se fecham e seu pesadelo se inicia. A mente se infesta de assombrações, o medo assola e a dor está em toda parte. Há sangue, gritos de socorro, escuridão, frio e temor.

Você busca por socorro, mas ninguém te prestará assistência. Estão todos sedentos por acabar com sua vida e te fazer sofrer bem devagar. Querem decapitar suas esperanças, esquartejar seus sonhos, fatiar lentamente seus anseios e dar o tiro de misericórdia bem no centro de toda a sua bondade.

Não há como escapar, você abre os olhos e o pesadelo não acaba; tenta correr, pedir ajuda e até mesmo se causar dor para despertar, mas não há como... eles te pegaram. Não há saída, agora você se tornou um monstro.

O temor não te afeta, o frio não te sensibiliza, a escuridão é seu lar, os gritos de socorro não te comovem e sangue é apenas sangue. Seus olhos se tornaram vazados de maldade, seu olfato é insensível à podridão suas mãos não medem esforços para alcançar seus objetivos, seus pés caminham sem rumo para toda parte e parte alguma ao mesmo tempo e sua boca está sedenta em contaminar os poucos de sangue puro que ainda existem com os vírus da arrogância, avareza, mesquinhez, indiferença e torpeza existentes em cada gota tóxica de sua saliva.


O mundo te fez um monstro e há muito a se preocupar, por isso escrúpulos, moral, bons costumes e sentimentos são meras banalidades. Os fins sempre justificam os meios, e se o fim é lucrativo, pouco se importa o meio de alcançá-lo.

Seu pesadelo está diante de seus olhos, bem abertos.


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011 | By: Isis Cardoso

Encontro.



No fim da noite, passos solitários encobertos pelo breu celeste e o brilho das estrelas e de alguns carros que insistiam em riscar o asfalto. As ruas estavam quase desertas, e as poucas pessoas que caminhavam rumo a seus lares traziam olhares vazios e cansados.

Um rapaz observava a multidão enquanto traçava seu trajeto. Era branco, magro, com cabelos lisos que atingiam a altura do ombro e se moviam com o vento da noite. Olhava para as pessoas atentamente, mas ninguém correspondia à seus olhos brilhantes e negros. Ele caminhava, observava, seguia as pessoas com seu olhar... Mas nenhum par de olhos vinha de encontro aos seus.

Na passarela que cortava a cidade, ele prosseguiu a caminhar, olhando as pessoas que iam e vinham, sem resposta. Até surgir, do outro lado da passarela, uma jovem moça com olhos castanhos e faiscantes, com cabelos ondulados e castanhos-médios presos em um rabo de cavalo. Ele olhava-a olhando as pessoas, procurando alguém cujos olhos atravessassem seu olhar, em vão.

Ele passou por ela, e seus olhares se encontraram. Seus corpos caminhavam em direções opostas,mas seus olhares continuavam fixos, como dois corpos celestes colidindo. Ele continuava com os olhos nos dela, esperando que ela parasse seu corpo delineado de estatura mediana e desse-lhe uma chance de se aproximar. Ela sorriu de canto pretensiosamente, com seus lábios médios e polpudos, e abaixou a cabeça ao se intimidar depois. Esperava que ele voltasse e ao menos perguntasse seu nome, pois era o mínimo que ele poderia argumentar depois de um contato visual como aquele.

Mas ele seguiu seu caminho e ela também. Talvez um dia seus olhos se reencontrassem em outra passarela, em outro fim de noite...Afinal, o mundo gira e as pedras sempre voltam a um encontro no mesmo lugar de onde vieram.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011 | By: Isis Cardoso

Distantes.

Ele estava longe.

Longe de seus olhos, de suas mãos, de sua pele. Invadia pensamentos repentinos e tomava forma em suspiros profundos, fazendo crescer cada vez mais a vontade de apenas trocar meia dúzia de palavras com ele -embora o contato físico fosse inexistente e a distância aumentasse a timidez.

Um olhar, um sorriso, um toque, um abraço, um beijo... ou apenas uma chance de tê-lo por um pequeno instante, sentindo o calor de sua respiração em seu rosto e o aconchego das mãos dele nas suas. Queria olhar em seus olhos, admirar seu sorriso, fazê-lo sorrir, falar sobre tudo e também sobre o nada, ouvir sobre nada e também sobre o tudo, ouvir bem suave em seus ouvidos sua voz como realmente era, se divertir, e fazê-lo ter um momento bom ao seu lado.

Mas ela também estava longe.

Talvez, um dia, o contínuo tempo-espaço encarregaria-se de aproximá-los, todavia era a distância que aumentava a curiosidade e despertava o interesse.

Ao menos por enquanto, estavam distantes.


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011 | By: Isis Oliveira

Ela cansou de falar de amor, foi dar uma volta, conhecer o mundo...
Ela cansou de chorar e viu que sorrir era melhor
Ela cansou de pensar em algo vazio, sem conteúdo ...
Ela cansou de esperar por algo que não quer voltar ...
Ela cansou de amar e não ser correspondida...
Ela cansou de reviver o passado a todo segundo
Ela cansou de deixar o presente passar...
Ela cansou de pensar naquele beijo

Ela esqueceu de como foi aquela tarde
Ela esqueceu de como foi aquele ano
Ela esqueceu de você.