quarta-feira, 30 de novembro de 2011 | By: Isis Cardoso

Desconstruindo (II)

"Tonight I'm tangled in my blanket of clouds, dreaming aloud."

Sonhos confusos, que outrora confundiam a mente, foram substituídos com doces sonhos que nada pode impedir, mesmo que esses sonhos sejam palavras avulsas soltas pelo dia cuja compreensão é apenas de quem fala. Nada impede um sonho.

"Things just won't do without you, matter of fact... I'm on your back."

E logo, quem não queria depender de ninguém estava no cárcere de sua paixão onírica... E não conseguia pensar mais em existir se toda aquela alegria de ouvir, pensar, falar, calar, suspirar ou simplesmente sonhar e poder sentir isso em seus sonhos.

"If you'd accept surrender, I'll give up some more..weren't you adored?"

Mas, para dar um pouco mais de seus sentimentos, deveria sentir que havia a rendição de finalmente a paixão tomar o ser que tanto era de seu desejo e se reprimia em sentimentos tristes e desvalorizados.

"I cannot be without you, matter of fact... I'm on your back. If you walk out of me, I'm walking after you."

E, mesmo que tivesse que esperar e deixar ir por um tempo até ter seu sentimento correspondido, não desistiria de caminhar e cuidar de seu ser querido. Estaria por perto, mesmo que só pensando, mesmo que só sonhando, mesmo não parecendo estar.

"Another heart is cracked in two, I'm on your back."

A metade de seu coração não mais pertencia-lhe... Pertencia a sua paixão onírica e utópica; que sabia, mesmo inconscientemente, quem estaria ali, caminhando atrás para segurar-lhe em sua queda... Porque sabia que não conseguiria viver mais sem ouvir, falar, calar, suspirar, pensar ou mesmo sonhar sem ter sua utopia sentimental em sua memória.



"I cannot be without you, matter of fact. I'm on your back."

terça-feira, 29 de novembro de 2011 | By: Isis Cardoso

Problema.

A garota olhava para a janela, deitada em sua cama, de um modo sem vida e automático. Pensava em todas as coisas que haviam sido ditas à ela, sem uma lágrima. Sem chorar, sem se remoer, sem perguntas.

Ela sabia que não podia se envolver, sabia que o coração que ela queria conquistar ainda pertencia a outro alguém... Mesmo que esse alguém não tenha prestado, mesmo que não fosse a metade da pessoa que ela era, mesmo que não merecesse aquele amor como ela merecia.

Não deveria chorar, ela sabia no que havia se envolvido. Não havia mais perguntas, ela sabia que também não era das melhores pessoas do mundo, sabia que não queria aquele coração para verdadeiramente chamar de seu. A garota só queria se divertir, mas o problema foi se entregar demais, se envolver demais e acabar se apaixonando por alguém que sempre soube que nunca poderia ter.

Sofria calada, por saber todas as consequências de suas palavras antes mesmo de pronunciá-las. Sabia que aquele tipo de pensamento poderia ser ignorado, iria embora, ela poderia ser feliz normalmente e matar isso dentro dela, como já havia matado por outras pessoas tantas outras paixões silenciosas no decorrer de sua vida. Era de sua ciência que aquele coração nunca seria seu. O corpo, talvez; o coração, jamais.



Ela cometeu o erro, e estava pagando as consequências com seu coração amassado como um purê. O que restava-lhe era apenas olhar para a janela, vazia de esperança.
domingo, 27 de novembro de 2011 | By: Isis Cardoso

Sonho.

Em minha mente, há diversas coisas: lugares, pessoas, imagens, aromas, sabores, texturas, memórias e, principalmente, sonhos. Sonhos comuns, sonhos loucos, sonhos felizes, sonhos tristes, sonhos para esquecer ou sonhos para lembrar... Mas desses sonhos, um se destaca.Um sonho bom, sereno, suave, delicado, bonito e complexo. Um sonho que me faz suspirar, me deixa a sorrir, me faz querer cantar, gritar, saltitar, sapatear na chuva e querer ser uma pessoa melhor.
Esse sonho tem conteúdo, não é um dos muitos sonhos obsoletos e distorcidos. Tem também a voz da brisa da tarde, a beleza do pôr do Sol e a alegria do voo das borboletas em um jardim florido... Minha respiração se aprofunda, minha pulsação acelera e sinto o desejo de parar o tempo quando lembro de meu sonho soando em meus ouvidos.
Contudo, meu sonho me confunde. Me anima e entristece, não quer pertencer apenas à minha mente, quer ter mentes inatingíveis. Faz parecer que me quer, mas em seguida não dá a segurança de que posso lidar com sua complexidade e delicadeza.
Além da essência de todo sonho: está distante demais da minha realidade. Mas, não me importo, continuo a sonhar e viver, pois sei que um dia, viverei meu sonho; e quando esse dia chegar, aproveitarei cada instante, desfrutarei meu sonho após sonhar de olhos abertos em situações vãs, olhando olhos vazios, causando sorrisos temporários e provando lábios insípidos.


Meu sonho, então, estará diante de minha realidade, e não apenas em minha mente. Essa é minha motivação.
terça-feira, 15 de novembro de 2011 | By: Isis Cardoso

Nossa música

Ouço nossa música no rádio... No entanto, sequer faço ideia se você ainda pensa em mim ao ouvir as primeiras frases cantadas... Na verdade, não sei nem se você pensa em mim em alguma ocasião.
Fazia tempo que eu não ouvia essa música, fazia tempo que sua presença não me incomodava desse modo. Eu pensei que você tivesse sido apenas um figurante em minha vida, que você já tivesse passado e que seria fácil te tirar de cena...
Mas não me atentei ao fato de que paixões se vão, mas a música permanece. Não sei por quanto tempo mais vincularei cada estrofe e cada acorde dessa canção às nossas memórias, só sei que a paixão acaba, mas a música perpetua.
Talvez você nem pense mais em mim... Mas se você estiver escutando nossa música essa noite, eu já estarei feliz.