terça-feira, 16 de março de 2010 | By: Isis Cardoso

Segundos.

Durante aquela noite chuvosa não havia nada nem ninguém além deles dois. O vento soprava, frio, mas não importava, pois o calor da pele de um era o agasalho do outro naquele momento. Ela sentia poder voar a qualquer instante, mas ele a abraçou tão forte que parecia saber que ela estava prestes a burlar a lei da gravidade.

Nenhuma lei agora era válida, nem interessava se era ou não. A única coisa que interessava eram aqueles dois lábios colados como se houvessem sido feitos um para o outro, em uma sintonia perfeita.

Não havia língua, nem luxúria, nem nada; somente o puro sentimento que os unia naquele momento. Uma respiração era a harmonia da outra, e ambas se tornaram a coisa mais quente e envolvente naquela noite chuvosa.

Poderia ter durado cinco minutos ou meia hora, mas oito segundos foram suficientes para diferenciar um beijo ordinário de um beijo que se perpetuaria em ambas as mentes, não obstante o destino que eles tomariam.

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