Olhava para os brincos e lembrava-se do olhar triste dele, meio mês depois de dar-lhe o regalo escolhido com tanto esmero. Ela fez aquilo, ela não deu nem uma chance para libertar os sentimentos, não quis se prender, nem ser fiel e devotada a tanta paixão que ele oferecia em cada pequeno gesto.
Um ano e meio parecia tarde demais para se arrepender de sua mesquinhez emocional e tentar recomeçar. Em seu cérebro restavam os sentimentos; em sua mão direita, os filetes de lágrimas colhidos...
E na mão esquerda, o pequeno par de brincos negros.