terça-feira, 19 de outubro de 2010 | By: Isis Cardoso

Farsa.

Eu nasci,
E desde sempre me ensinaram o que é o amor,
E que dizer as palavras mudaria tudo,
E quando eu ouvisse as palavras seria para valer.

Eu cresci,
Tentei voar, mas minhas asas eram curtas,
Tentei correr, mas não sabia nem andar.
Tentei achar o que nem mesmo conheço.

Eu vivi.


Disse as palavras e nada aconteceu,
Ouvi as palavras e nada mudou.
Sem sinos, sem luzes, sem nada.

Eu morri
E hoje vago como um corpo abandonado,
Pois o amor que me ensinaram não existe.
Pois como areia te vi fugir de minhas mãos.

E agora estou aqui.


Sem querer te ver indo,
Mas também sem querer te ver voltar.
Provando a mágoa salgada de minhas lágrimas.

Então quem se vai, sem olhar para trás, sou eu.

terça-feira, 12 de outubro de 2010 | By: Isis Cardoso

Veneno.

Quando o escuro envolve meus olhos, penso em ti e tudo fica claro como o dia. Te vejo em toda parte, em cada pequeno instante... e isso tem me deixado insana.

Bom senso é minha cura; sua vida , meu veneno.

Todavia, melhor é morrer envenenada de prazer que viver sã entre os tormentos que se remediam e retornam ainda piores .

 E eu amo o jeito que você faz morrer bem devagar a cada dia.
sábado, 9 de outubro de 2010 | By: Isis Cardoso

Renegado.

Olhares lacrimosos, súplicas, despedidas, corações partidos... Nunca fui do tipo de pessoa que se comove com esse tipo de coisa, afinal, era parte do meu cotidiano. Digo isso sem receio nenhum, minha fama de canalha sempre foi notória...

Isto é, antes de eu jogar com alguém profissional no jogo.

Só de olhar para ela, qualquer homem deveria reduzir-se à sua insignificância. Mas eu me achei muito esperto até pra ouvir a mim mesmo.
Ela me tratou, desde o primeiro momento, com carinho e atenção; e eu sempre deixei claro que eu não queria que ela fosse nada mais que um objeto de prazer para mim. Não espantou-se ; do contrário, ela queria ser ensinada e objetizada por mim.

Uma vez só não foi bastante, ela sabia cada olhar, cada toque, cada maneira de ser a melhor, e logo o prazer virou necessidade.

Me irritava não tê-la por perto, eu anseava por ela com cada fôlego do meu ser...mas com ela por perto tudo é diferente, tudo é mais vivo, mais calmo... tão envolvente, tão... irresistível ! Sim, é; não era, ou será...porque o que me importa agora é todo o prazer de cada momento com ela.


E assim jaz um cafajeste renegado.