Eu nasci,
E desde sempre me ensinaram o que é o amor,
E que dizer as palavras mudaria tudo,
E quando eu ouvisse as palavras seria para valer.
Eu cresci,
Tentei voar, mas minhas asas eram curtas,
Tentei correr, mas não sabia nem andar.
Tentei achar o que nem mesmo conheço.
Eu vivi.
Disse as palavras e nada aconteceu,
Ouvi as palavras e nada mudou.
Sem sinos, sem luzes, sem nada.
Eu morri
E hoje vago como um corpo abandonado,
Pois o amor que me ensinaram não existe.
Pois como areia te vi fugir de minhas mãos.
E agora estou aqui.
Sem querer te ver indo,
Mas também sem querer te ver voltar.
Provando a mágoa salgada de minhas lágrimas.
Então quem se vai, sem olhar para trás, sou eu.
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