terça-feira, 31 de maio de 2016 | By: Isis Cardoso

Nervos.

Queria escrever algo
Que não fosse essa vontade
De te ver mais uma vez
E te ter mais uma vez,

Está me dando nos nervos
Pensar em alguma coisa
E lembrar de você...
E querer ter você

E é bastante provável
Que as coisas por sua parte
Não estejam assim,
Que não me queira assim.

Eu queria tecer versos
Pra falar de qualquer coisa
Que não seja você,
Mas eu volto a você

Quando eu lembro do teu beijo,
Do teu toque, do teu cheiro
E seus olhos me vem,
E sua voz me vem.

É mais forte do que eu
Essa ansiedade estranha
De você me notar,
De você me aprovar.

Mas eu queria demais
Escrever sobre algo
Que não fosse você,
Mas eu volto a você

Mas e quanto a você,
Será que vai me corresponder
E se voltar para mim?
E dar uma chance pra mim?

Agonia que me corta
Enquanto eu espero o karma
De esbarrar com você.
quinta-feira, 26 de maio de 2016 | By: Isis Cardoso

5 a.m.

Cinco da manhã
Nada pra fazer.
Não, eu não errei
A letra do funk

Eu só me lembrei
E resolvi recordar
Sem rimas mesmo
Ou talvez mesmo sem nexo

De quando eu tentei dormir
E seu carinho me invadiu,
Pouco a pouco
Tomando conta de mim

Bem devagar
Querendo cada vez mais,
Sem pressa mesmo,
Devagar, quase parando o tempo

Meu corpo no teu toque quente,
Tua voz entranhada aqui
Nos meus pensamentos desordenados
Em forma de canções suaves

E eu, que sempre rimei
E sempre organizei métricas
Acabo fazendo versos avulsos
Pós-modernos demais até pra mim.

Cinco da manhã
Nada pra fazer.
Não, eu não errei
A letra do funk.

Polissílabo

Na cama, o corpo ao meu lado
Não tinha os cabelos compridos
Nem o cheiro inebriante
Do corpo pequeno e esguio.

A voz que diz adjetivos
Não sai de sua ressonância
E as mãos que me apalpam no escuro
Não são suas mãos vagarosas

E o nome que sai de minha boca
Ah, como queria que fosse
Mas não é o seu polissílabo.

Eu sei, nada tenho contigo
Tudo o que eu tenho é vontade
Mesmo me aplacando em outro corpo.